sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Emily

 Ela ficara ali deitada a tarde toda. Seus pés largados na cama já não eram mais lembrados. Os olhos grudados no céu que dava pra ver através da janela. Sua cabeça descansava em seu fofo travesseiro. Seu corpo estava todo relaxado. Sua mente, contudo, estava à mil por hora, ela pensava em tudo e não pensava em nada. Sua dor de cabeça começara a piorar desde que se encontrava naquele estado de transe.
 Emily estava ansiosa, não sabia ao certo o porque. Pensava que era pela festa que iria no dia seguinte. E depois pensava que era pelo fato de ter muitas coisas ainda por fazer. E por ultimo descartava a hipótese de estar ansiosa.
 Emily estava nervosa, não pergunte, ela não sabia porque.
 Emily estava cansada, também não sabia porque, pois nem mesmo tinha ido para escola.
 Emily estava triste, angustiada, e com vontade de chorar, mas o choro não saía, o grito de angustia não passava da garganta.
 Emily estava confusa, mas é isso, ela estava. Agora ela sabe o motivo de tudo isso!
 Acontece que na festa de amanhã, elas não vão, só vai os antigos amigos de Emily, e isso a deixa entristecida. Ontem ela brigou com seu melhor amigo, e agora ela sabe que não vai mais poder chamá-lo por melhor amigo. E bem, o ano esta acabando...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Coisas

 A chuva.
 É uma sensação tão boa quando seus pingos caem um por um geladinhos em nossa pele. Se estamos quentes os sentimos queimar nossa pele, nos refrescando quando a chuva ainda não é uma tempestade.
Quando andamos olhando para o chão durante ou depois de uma chuva é interessante, o chão vai passando e desenhos vão se formando em um borrão brilhante como se fosse mágica.
 O sorriso.
 É algo realmente incomprável, e quando digo incomprável não digo somente no quesito dinheiro. Não tem como comprar um sorrizo nem mesmo com atos. Um sorriso para ser um sorriso só mesmo sendo espontâneo. E é tão bom. Quando alguém sorrir, ou gargalhar para você ou com você imagine a cena em camera lenta, e mais uma vez vai ser como se fosse mágica.
 Um abraço.
 Sabe aquele que você dá na pessoa que estava com tanta saudade que a impressão que tem é que vai esmagar os ossos dela? Esse é o melhor! É desses que a gente nunca esquece. Quando acontecer esses abraços sinta o cheiro da pessoa, sinta o encaixe dos braços dela à sua volta, e ai vai perceber que também parece mágica.
 Isso tudo é muito inesquecivel, é tudo muito breve, e nós fazemos tudo tão mecanimamente que fica mais breve ainda.
 Pare de existir e comece a viver, só assim quando chegar no fim da estrada e olhar para trás verá vários momentos acenando para você como um filme passando em sua mente!
 Só assim quando você reencontrar aquela pessoa com quem você tomou chuva, aquele que te deu aquele sorriso espontâneo, aquela que você quase lhe esmagou os ossos, irá poder relembrar esses momentos e emocionar-se com eles.
 A vida é agora, e agora é a vida, não fique planejando, quando você menos espera está vivendo um momento inesquecível.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

E se?... Não sei.

 E se todas as coisas viessem acompanhadas de e se?
 Não sei, e se todas as coisas viessem acompanhadas de não sei?
 Seria estranho não acha?!
 Então pare de achar. Porque na verdade, todas as coisas vêm acompanhadas de e se e não sei!
 Quando alguém engravida ela não não tem absoluta de que seu filho vai nascer. E se ele morrer? E se ela morrer? E se matarem ambos? Não sei.
 Quando fazemos uma prova não sabemos se vamos nos dar bem. E se tivermos confundido alguma resposta? E se sabotaram a prova? Não sei.
 Pois é, tudo vem acompanhado de e se e não sei, até mesmo a morte que pensamos ser certeza pode não ser. E se ela for só uma passagem pra outro plano? E se só morrem mesmo os maus ou os bons? Não sei.
 Viu só?
 Agora que já viu que de nada podemos ter certeza, pare de ser cheio de si e dizer que sabe tudo, porque na verdade não sabemos de nada, não somos nada e não viemos de lugar nenhum!

E quer saber mais?

 ...cansei, de tudo, absolutamente tudo, e quando digo tudo não faço excessões a absolutamente nada!
 Cansei de acordar todo dia às 6hs da manhã.
 Cansei de ter que abaixar a cabeça toda hora que me é dada uma ordem.
 Cansei de ter que dar satisfações.
 Cansei de viver, isso, cansei de viver, simplesmente isso!
 Não entendo, porque sou obrigada à viver de acordo com a sociedade, e de acordo com o que esta mesma chama de "normal" se nem mesmo eu gosto de viver!
 Não entendo porque temos que nos matar sei lá quantos anos de nossas vidas presos dentro de um presidio chamado escola sendo que vamos todos parar em uma caixa à sete palmos abaixo da terra!
 Não entendo porque temos que nos matar de trabalhar para nos suprir se no fim só o que nos aguarda é o entorpecimento eterno!
 Não entendo e não quero entender, eu só quero sumir, literalmente sumir, fugir, não ver ninguém nunca mais, não fazer nada nunca mais, não pensar nunca mais, não ser nunca mais, não ver nunca mais...
 ... Nunca mais!
 Tenho a vida boa, e não tenho o porque reclamar?
 É você pode ter razão, tenho sim uma vida boa se comparando à de outros, mas não quero saber da vida dos outros, eu sei da minha, e sei que já não aguento mais ela!!!
 Ingrata? Sou mesmo, sempre fui, sempre vou ser e a tendência é só piorar!
 E quer saber mais?
 Cansei!

Agora

 Nunca nos contentamos com o que temos. Já percebeu?
 Sempre queremos mais, sempre buscamos mais, e mais, e mais, nunca, nunca nos contentamos!
 Se estamos muito bem dizemos estar entediados. Mas se temos algum problema já começamos a culpar a pobre da vida, dizendo ser ela algo difícil!
 Mas não, não é a vida que é difícil, somos nós, nós somos os difíceis, os incontentaveis, os complicados, os ingratos!
 Quando paramos para pensar em anos atrás nas nossas vidas pensando nostalgicamente "Eu era feliz e nem sabia", ficamos nos lamentando da vida, dizendo que está tudo tão difícil, etc, etc. E ai quando se passam anos e nós voltamos a pensar nostalgicamente voltamos a dizer que éramos felizes e não sabíamos, mas na verdade o que nós não sabemos é que nós estamos sendo felizes, agora, nesse momento mesmo, e não nos damos conta, porque ficamos ocupados demais pensando no passado, mas acontece que já é difícil viver no presente, não faça isso ficar impossível..
 Estamos sempre procurando férias, e quando as temos queremos voltar à rotina entediados, e assim fica, indo e vindo.
 Viva o momento, pense no agora, seja feliz agora, queira agora, porque depois, bom depois é depois, e quem garante que o depois existirá?

sábado, 16 de outubro de 2010

Facilmente Enganável.

 Quando eu era pequena pensava estar vivendo algum tipo de pegadinha, e que minha vida era toda parte de uma brincadeira de mau gosto, pois não achava possível alguém com tão pouca idade viver tanta coisa ruim.
 Hoje eu fico rindo sozinha e agradecendo por tudo de ruim que já me aconteceu...
 Por que?
 Bom, primeiro porque se não fossem todos os "vilões" eu não saberia reconhecer um verdadeiro herói, nem que ele fosse o melhor de todos.
 E depois porque a convivência com os vilões fez de mim uma deles, porém uma melhorada, pois além de conviver com os vilões eu também tinha o melhor herói do mundo ao meu lado, o meu herói.
 E agora sou vilã ou heroína?
 Não sei, acho que sou os dois, e com o melhor dos dois. Heroína quando acho que devo ser e vilã quando acho que devo ser. Mas sinceramente acho que sou mais vilã do que heroína, adoro me vingar (seja lá do que for, nunca esqueço até que eu consiga "dar o troco), e adoro mais ainda ver como tudo, absolutamente tudo que estou fazendo está dando certo, ... é revigorante! Não, não precisa se exaltar, sou vilã apenas com os que devo ser.
 Você não concorda comigo? Tudo bem, não sou e nem quero ser a dona na verdade, não sou nenhuma santa, boazinha, nunca fui, nunca serei, aliás é muito pelo contrário, sou do tipo mata, mente e retruca (nunca pense que te darei a outra face), por isso, peço, não se engane...
 ... Eu nunca disse para acreditar em mim...
 ... Eu nunca disse que sou boa!
 Sempre te disse que não presto, você não presta, ninguém presta!...
 (somos) Todos humanos podres e fétidos, meu amor.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Atos Consequenciados

 Quinta Parte*
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Em algum lugar na França, 29 de Junho:

 O dia tinha sido cheio e perturbador para todos naquela casa, Josh já não aguentava de dor de cabeça e enchia a cara quieto em seu escritório. Addam estava agora no quarto de Lizzy que dormiu por conta dos calmantes que lhe foram dados.
 Algumas horas antes após aquela conversa terminada desastrosamente, Addam e Josh sentaram para conversar com Lizzy, que por sua vez resolveu que iria atrás de sua mãe naquele mesmo instante. Foi, contudo impedida por seu pai que lhe deu alguns comprimidos.
 Agora o que lhes restavam era esperar. Esperar amanhecer, esperar Lizzy acordar e esperar para ver qual seria sua decisão...

Em algum lugar na Inglaterra, 01 de Julho:

 - Como assim ela, e-ela, ... Está morta??? - Choramingava Lizzy enquanto falava com seu avô que acabara de conhecer.
sr.Herman ainda emocionado com o fato de ver agora sua neta após tantos anos à respondia com lágrimas nos olhos. - Faz alguns dias apenas, foi quando um daqueles forasteiros, aqueles forasteiros que te roubaram a primeira vez que os vi, apareceu por aqui. Após ele ter ido embora à deixou transtornada, só chorava pelos cantos, não dizia nada com nada, e um dia, bem. - sr.Herman fez uma longa pausa, colocou as mãos em sua testa como tentando esconder as lágrimas, e por fim disse. - Bem, um dia encontramos ela morta no meio de alguns arbustos. Foi suicídio.... - Balbuciou algo parecido com uma lamentação e tentou conter seu choro.
- Ela tinha, um marido certo? Onde ele está agora?... - Lizzy não conseguia acreditar no que acabara de ouvir, era esmagador demais descobrir que tem uma mãe e logo depois saber que esta mesma se matou.
- Eles se separaram há um tempo, nunca mais o vi, dizem que agora ele vive por ai se embebedando... Coitado, não aguentou o peso de perder uma filha. - Dizia o sr.Herman em tom de melancolia.
 - Espera, ele, você, ninguém daqui sabe? - Dizia Lizzy um tanto quanto confusa.
 - Que você voltou? Bom, o boato já deve ter se espalhado pela cidade, mas nem mesmo sei se Gambith ainda está por esses lados. - Respondeu o avô de Lizzy em tom de calmaria melancólica sem desconfiar de nada.
 - Eu pensei que meu pai e minha mãe já tivessem contado tudo para todos aqui, mas vejo que não, então, bom, preciso esclarecer. - Lizzy agora tomava um copo de água com açúcar sentada na sala do que deveria ter sido sua casa ao lado do cara que agora descobrira seu avô.
 - Não estou entendendo mais nada minha cara, comece por favor, já está me dando comichão.
 - Aqueles dois forasteiros que me roubaram naquela noite eram irmãos. Ambos tinham tido um caso com minha mãe quando ela já estava casada com Gambith...
 "... Porém, dos dois o único que ficou perdidamente apaixonado foi Josh, e minha mãe havia lhe prometido divorciar-se para poder viver com ele, mas nunca cumpriu sua promessa.
 Quando engravidou ficou desesperada, pois não podia dizer quem era o verdadeiro pai da criança, mas como era casada com Gambith teve de dizer que o filho era dele.
 Josh e Addam sabiam, contudo, de que não era Gambith o pai, mas também não sabiam qual dos dois eram o verdadeiro pai. Até que uns dias atrás meu pai verdadeiro, Addam veio aqui tirar tudo à limpo.
 Quando chegou lá em casa, na França, nos disse tudo.
 Ele havia combinado com Belatriz que iria contar tudo para nós, e deixou para ela a tarefa de contar para todos daqui. - Lizzy faz uma pausa, deixou algumas lágrimas caírem, e disse por fim: - Deve ter sido por isso que ela ficou tão perturbada."
 sr.Herman que ouvia à tudo atento estava agora com os olhos arregalados, surpreso, realmente surpreso, decepcionado, triste, e surpreso, muito surpreso com tudo que acabara de ouvir.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eu não queria...

Eu não sei o nome disso, não sei, não quero saber, ou quero, não sei, não sei, eu não queria, juro que não...
Desculpe, mas não vim aqui escrever algo bonito, ou algo certo dentro dos contextos de como deve ser um texto.
Desculpe, mas vai ficar assim mesmo, sem nexo, sem parágrafo e sem, e sem...
Só não ficará sem palavras e sem nada porque eu preciso, preciso disto, ainda não achei algo melhor para expressar-me, mas prometo que quando achar sumo daqui, sumo...Para sempre!
Que estranho, já citei duas coisas estranhas aqui, OPA, agora são três, nada, sempre e estranho...
Não sei o que quer dizer nenhuma das três, e não quero saber, e quero saber!?...
Não sei, nada sei, logo tudo sei, mas não, eu quero saber e ter a certeza que sei, e quero não saber porque é bom não se saber, só assim iremos procurar saber...
Cansei, cansei de tudo, quero continuar aqui, mas de nada está adiantando!...
O que é isto? Não sei, pense como quiser!
Como consegui escrever tanto sem escrever nada? Não sei, em algum outro texto por aqui chamei isso de alvoroço, mas agora digo que isso é tristeza...
Tristeza, melancolia, nostalgia...
Coisas vistas como ruins pela sociedade lixo em que vivemos, coisas que são evitadas ao máximo por essa mesma sociedade...
O que? Eu também faço parte dessa merda de sociedade? É... eu sei.
Mas eu? Bem, não sei, tenho vários alvoroços em minhas entranhas, e particularmente me acho realmente complicada, nem mesmo eu me entendo, e logo me entendo por não me entender e saber que nunca me entenderei, e continuo assim, sem entender nada nem ninguém, nem mesmo a mim mesma, gosto disso, amo isso...odeio isso...
...tristeza, melancolia e nostalgia, posso parecer louca, aliás não, não posso, sou louca. Mas amo essas três coisas, são quando elas estão comigo que escrevo meus tipos preferidos de textos, assim como esse, mas preciso correr, apressar-me mais do que o normal, pois elas estão indo embora, deixando-me, soltando minha mão, preciso me apressar...
... Mas me apressar pra que? Tanto faz, elas sempre voltam...e vão... e voltam...

domingo, 10 de outubro de 2010

Universo Particular

Você não foi convidado..
Uma cabeça se chacoalha numa tentativa falha de esquecimento...
Não te quero aqui,
Ande, saia! - Lágrimas rolam.


Os olhos fecharam-se
Alguém adormece...
Um sonho lhe vem à tona...
Um acordar angustiado...


Por que? 
Não posso mais dormir então?
Braços se cruzam embravecidos.
Então assim será!


Olhos relutantes em fechar-se...
Imagens não convidadas passam por uma mente perturbada pelo sono e pela angustia...
E por fim olhos se fecham novamente...
Mais um sonho angustiante...


Um acordar mais embravecido...
E um um pensamento sensato...
Está bem, já sei, sempre que fechar meus olhos verei o que não quero ver...
Pois, pois, está lá, me atormentando, queria enterrá-lo, mas não consigo... 


E a conclusão...
Por que ao fecharmos os olhos fica tudo tão mais difícil?
Por que não é tudo igual como quando estamos com os olhos abertos?
Por que não ficamos aqui nesse universo materialista onde não se pode criar ilusões, e só vemos o que realmente vemos?


E uma resposta do além...
Porque se assim fosse não teríamos então nosso universo particular!
Um rendimento contrariado...
E um novo adormecer...

Hábitos

 O que é exatamente este tal hábito? Será algo que cada um em seu particular está acostumado a fazer ou é algo que todos estão acostumados a fazer?
 Não sei se poderia dizer com toda certeza, mas o que é hábito pra um individuo pode ao mesmo tempo ser totalmente absurdo para um outro individuo...
 Um louco não acha que é louco acha? 
 E para cada individuo nada que ele faz é algo fora do comum, fora de seu hábito, pois nossos hábitos são comuns a nós. Mas ao que não estamos acostumados achamos estranho, dizemos ser loucura, fora do comum..
 ...Espere, percebeu o que eu acabo de perceber? Não? Está bem eu explico: Se o hábito, o comum, não é comum à todos, logo a loucura, o estranho, também não são, e logo não podemos então estabelecer um limite e dizer você é louco e eu sou normal, pois ao meu ver você que é o louco! 
 E isso vale não somente à essa questão de hábitos e não hábitos, estranhos e normais, mas para todos os opostos existentes nesse nosso mundo complexamente simples. Por isso pense melhor na hora de se vangloriar em cima de algo do tipo "você está errado", pois não, ninguém está errado, ninguém está certo, pois tudo que existe, existe e ponto. Para cada pessoa, cada ser existente existe um certo e um errado. E isso não quer dizer que exista um certo e um errado universal. Se assim fosse seríamos apenas um e não teríamos opinião própria. Mas temos, e somos vários. Dentro de nós existem várias opiniões, logo existem vários universos (pessoas) dentro do universo, e vários pequenos universos (opiniões) dentro dos universos.