terça-feira, 30 de novembro de 2010

Brincando de Língua Encantada

 Vou lhes contar uma historia, peculiar eu diria. Sei que não vão acreditar, mas tudo bem, meu intuito é somente entretê-los e contar esse estranho ocorrido.
 Há alguns dias atrás, numa tarde quente, parada, na qual eu já não sabia mais o que fazer para deter o tédio resolvi  começar uma nova leitura. Fui até meu quarto e separei os romances que ainda não havia lido, dentre eles o que mais me chamou atenção foi "As Aventuras de Alice no País das Maravilhas", fora ele o escolhido.
 Agora era preciso resolver onde ler, escolhi o lugar mais escondido da casa, pois assim não correria o risco de ser incomodada.
 Já no quarto dos fundos, encostada na cabeceira da cama adentrei em minha nova aventura. Não sabia ao certo o porque, mas naquela tarde, com aquele livro estava tudo diferente, eu sentia meu estômago formigar de entusiasmo à cada palavra que ficava para trás. O entusiasmo era tanto que resolvi ler em voz alta: "Alice estava tão desesperada que se sentia disposta a pedir ajuda a qualquer um; assim quando o Coelho Branco se aproximou..."
 No momento em que pronunciei essa última senti uma leve cutucada em meus pés, pensei não ser nada até que no momento seguinte ouço uma voz totalmente estranha àos meus ouvidos dizendo: "Mas o que é isso? Onde estou? A Duquesa ficará terrivelmente aborrecida". - Ao ouvir essas palavras olhei rapidamente para o pé da cama e avistei um Coelho, sim, um Coelho Branco, e mais, as palavras saiam da boca dele!
 - Ér, senhorita, por favor diga-me, sem rodeios, onde estou e quem é você?
 Eu estupefata com a situação logo respondi ao Coelho sem muito pensar:
 - Ora, como quem sou eu? O senhor está na minha casa, logo é você quem deveria se apresentar! - Quando parei de falar percebi que estava falando com um Coelho Branco vestido num colete, e invés de perguntar como ele conseguia falar e de onde havia surgido o mandei se apresentar. Só podia estar delirando!
 - Mas, mas... Não, você só pode estar enganada, eu estava agora mesmo indo de encontro à Duquesa, e agora... Como pode? És tu uma bruxa?
 No momento em que ia respondê-lo ouvi latidos, eram meus cachorros, quando fui ao encontro deles percebi que estavam cheirando uma gaiola, era a gaiola do meu hamster, Dobe, estava vazia. Por um momento pensei que ele havia sido devorado por Charlotte e Spawn (os cachorros), mas logo vi que não havia vestígios de sangue e que eles na verdade estavam me mostrando a gaiola vazia. Ainda perdida em meus devaneios senti algo puxando minha calça, quando olhei era o Coelho novamente. "Isso está cada vez mais estranho" - Pensei. E novamente o puxão.
 - O que é? - Respondi um pouco aborrecida pela confusão.
 - Pode me dizer que horas são? - Disse o Coelho aparentando estar com pressa.
 - Sim, poderei te dizer tudo, assim que me ajudar a encontrar o Dobe!
 - Está bem, mas podemos ser rápidos? - Respondeu o Coelho contrariado.
 Dito isso iniciamos uma busca pela casa e quintal. Não encontramos nada, reviramos tudo, absolutamente tudo e não encontramos nem um indicio de Dobe!
 Já estávamos ficando cansados e já estava anoitecendo.
 - Como já estou totalmente atrasado e encrencado, que tal tomarmos um chá? - Sugeriu o Coelho dando-se por vencido.
 Eu que já não entendia mais nada resolvi que um chá não era má ideia, contando que já fazia mais de 5 horas que eu não comia.
 Tomamos o chá. Nossa que estranho pensar que me sentei à mesa e tomei chá com um Coelho falante que estava usando um colete!
 Após o chá lá estávamos nós, sem nada para fazer, ficamos ali, um olhando para o outro, cada um preso em seu universo particular, um mais confuso que o outro, até que eu por costume comecei a "pensar alto".
 - Ora, mas se o Coelho saiu no momento em que eu estava lendo sobre ele e o Dobe entrou quando ele saiu...
 - Isso, é só continuar lendo! - Terminou meu pensamento o Coelho novamente acelerado.
 Nos sentamos naquela mesma cama do quarto dos fundos, eu comecei a ler novamente em voz alta e o coelho ali no pé da cama só ouvindo.
 Passados alguns minutos um sono fora do comum começou me atingir, sem que eu percebesse cai em um sono profundo.
 Algumas horas depois, quando acordei, já era de madrugada, o livro estava caído no chão e Dobe num canto escondido cheirando algo. Não havia vestígio algum de Coelho nenhum!
 Caí no sono novamente...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Chuva

Sempre caindo.
Ruidosamente.
Deixando aquele rastro.
Aquele cheiro.
A lama molhadinha.
A janela toda borrada.
Aquele cheiro.
Enche minhas narinas.
Adentra em meus sonhos fazendo brotar um sorriso.
E as vezes...
...Bom as vezes têm as tempestades,
Trovoadas e raios dançando naquele imenso céu.
É perfeito, é lindo.
E as gotas?
Dançam à minha frente, e eu?
Fico lá, apostando corrida pra ver quem desce mais rápido.
É como magica, 
É magico olhar,
É magico pensar que vivemos nesse mundo,
Um mundo que conseguimos estragar cada vez mais,
Engraçado né?
Basta amarmos para então Destruirmos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A inteligência brasileira

 Sei que escrevendo este texto estarei me submetendo à muitas discordas, mas não tem problema, é isso que precisamos, discutir, abrir nossos olhos.
 As pessoas deveriam parar de pensar que está tudo bem, os pais deveriam parar de pensar que os filhos são santos, deveriam parar de pensar que o país está se tornando um país de "primeiro mundo".
 Pois não, não está nada bem, e por mais que as coisas pareçam estar se ajeitando é muito pelo contrário, pois debaixo de nossos narizes acontecem barbáres!
 Prova disso são os filhos, sim esses mesmos, que enquanto os pais pensam estar indo pra escola pra estudar muitas vezes estão indo mais é para atormentar isso quando vão, pois existem aqueles que nem mesmo passam pela escola, e no fim do ano vem a bomba, seu filho está retido. Os pais o que fazem? Dão uma bronca no filho? É até que dão, mas as vezes são aquelas do tipo que o filho esquece no dia seguinte. O que a maioria dos pais fazem mesmo é ir lá reclamar na escola, perguntar porque o filho repetiu, porque sim, é isso mesmo a maioria dos pais não fazem a mínima ideia do que se passa na escola! E no final o aluno é passado de ano porque o pai entrou com recurso. 
 Estou me segurando para não falar um belo de um palavrão aqui, pois isso realmente muito me revolta.
 Os pais, esses mesmos, são os que começam criar delinquentes, esses que ao invés de ensinar seus filhos fazerem-os virar homens e mulheres dignos o estragam, dando tudo de mão beijada, e fazendo-os sentir donos do mundo!
 E esses filhos o que se tornam?
 Tornam-se pessoas mal-educadas, chulas, baixas, sem cultura alguma, com vocábulo precário, enfim, cidadãos burros! E o pior de tudo é que esses tais "burros" pensam ser os maiorais, os "bam bam bans", falam com você apontando o dedo no seu rosto, chamam você de truta e o final é uma vida miserável, mesquinha e ridícula!
 Esse é o nosso Brasil amaaado! 

Num3ers

 Queria ser um número, ou pelo menos como um. Números são precisos, frios e calculistas. Não ficam misturando as coisas com seus sentimentos falhos. Não fazem rodeios quando querem contar algo, e não mentem, falam somente o que sabem e o que é certo, e nunca, nunca estão errados. E quando estão é por falha nossa, isto é, falha humana (claro, se tem erro tem dedo humano).
E além de tudo eles são eles e ponto. Não escondem segundos significados arbitrários.
 ...E o melhor de tudo é que eles são infinitos, e não existem várias linguagens para representá-los.
 Números, são o que são, números.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

8 meses de ano que fez bolo
tem no banheiro uma
jarra com sangue de
carneiro que, me fez
pensar,... EPA,
tá tudo errado!

Não sei, eu sei!

Sabe?
Eu sei!
Mentira, 
eu sei que você sabe,
e mais,
eu sei que você sabe que eu sei que você sabe!
E na verdade eu não sei,
você não sabe,
e nós não sabemos...
...De nada!
E eu já sabia que você sabia que nós não sabemos de nada!
Mas não,
não sabemos de nada,
porque sabemos de tudo,
e como um todo, tudo também é nada.
E se sabemos de tudo não sabemos nada.
E se sabemos nada também sabemos tudo.
E sabemos não sabendo que sabemos!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Não Falarei Nada

Estou assim.
No momento.
Sou assim.
No momento.


De que me servirá tudo isso?
Maturidade?
Experiência?
Ou é somente, puro e vasto sofrimento?


Sem causa?
Com causa?
Caso ou à caso?
Coincidência ou destino?


Nada sei.
Até porque, como poderia saber?
Se nem mesmo tenho vontade de ter vontade?
E para falar a verdade não falarei nada.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Acabou

 Agora que percebi, está acabando! Ou será que já acabou?
 Foram tantos anos aqui, e agora, assim, de supetão recebo a notícia, ou melhor, percebo a notícia de que estou indo embora. Ei, não estou sendo dramática, mas entenda, não estou indo passar uma temporada fora, estou definitivamente indo embora e nada, nada mais será a mesma coisa.
 Estou me atirando em uma sala escura, no meio do toda incerteza do mundo, uma sala cuja qual não sei onde é a saída nem a entrada, aliás nem mesmo sei se existem essas duas.
 Todos me falam que vou me dar bem. Falam que tirarei de letra. Que lá não tem nenhum bicho papão, mas ai é que está, o bicho papão é a incerteza, o será, o talvez, o como... O bicho papão é o fato de que vou sozinha e todos, todos os outros irão para suas próprias salas escuras.
 Ainda tenho alguns dias para me preparar, mas sei que só ficarei cada vez mais amedrontada, pois a cada dia que passa, cada número à menos na contagem regressiva é uma lágrima que cai e uma certeza que aumenta...
 ...Acabou, e é para sempre!

domingo, 21 de novembro de 2010

Existe a Diferença?

 Existe essa tal diferença mesmo?
 Aliás diferença o que é diferença?
 É algo pré-definido ou é algo que depende do ponto de vista?
 E se depende do ponto de vista então podemos dizer que esta existe?
 E se existe como saber qual a linha que separa o diferente do igual?

sábado, 20 de novembro de 2010

srta.Problema

Primeira Parte*
____________________


 - Mas, mas a senhorita não pode fazer isso. Por favor, me entenda. São ordens expressas dos seus pais. Senhorita, senhorita...
 Dizia o mordomo da família aflito com a filha única dos Thomas.
 Era uma linda garota, e com grande potencial para problemas, de todos os tipos, já chegou em casa em camburão e piores. Uma típica filha única na adolescência, mas intensificada.
 - A não enche, quando meu pai chegar avise que não sei quando chego e que o amo.
 Respondeu sarcasticamente Annelise já sumindo pela porta, vestindo apenas um short que mais parecia uma calsinha box, uma blusa preta toda rasgada, e seus habituais adereços, cuturno, sinto de rebite, e um colar com um pentagrama virado ao contrário.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sentimento de Perda

 E mais uma vez lá vou eu falar sobre nós seres humanos, essa raça tão estranha, incompreensível e egoísta!
 É sempre assim, sempre que sentimos estar perdendo algo voltamos a correr atrás deste mesmo.
 Na maioria das vezes nem lembramos mais, ou nem damos mais tanta importância a algum objeto ou algo do gênero, mas quando ele se quebra, some ou é roubado nos sentimos totalmente incompletos. É como quando estamos namorando mas nem gostamos tanto dele(a) e quando percebemos que estamos perdendo o parceiro, pronto, ai ficamos desesperados e começamos a dar valor.
 Estanho né? Pois é, essa é mais uma característica da nossa raça podre.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desânimo

 Sim, é auto-biográfico.
 Não, não vai ficar um belo texto...
 ...Aliás não escrevo textos nessa intenção, escrevo apenas pra tentar organizar o mínimo  possível minha cabeça! Eles ficarem bom é uma consequência. 
 Enfim.
 Desânimo, sim, estou desanimada, muito desanimada, com tudo, sabe tudo? Então exatamente tudo.
 Se bem que... Não nem isso salva, é tudo mesmo, tudo está me desanimando!
 Sabe quando você pensa: "Pronto fiz meu trabalho com perfeição"?
 E ai vem alguém e te diz: "Ei, tem que refazer, está tudo errado."
 Calma, eu não estou dizendo que sou o tipo de pessoa que não aceita críticas, é muito pelo contrario, adoro, pois somente com elas saberei no que tenho que melhorar.
 Mas acontece que não são criticas que tenho recebido, são, bem não sei o que são.
 Posso estar sendo, sei lá, criança nesse exato momento, aliás sei que estou sendo.
 Mas não tem problema, já comecei vou terminar e sem arrependimentos!
 Gostaria muito de saber por que está dando tudo errado, realmente gostaria!
 Sei la, ando tão desanimada...
 Estou bem, e não estou pedindo pra ter dó, estou somente colocando pra fora.
 É por isso, por isso que estou faltando tanto. Por isso que não escrevo mais com tanta frequência, é por isso... Não tenho mais nem vontade de ver filmes.
 Desanimo e preguiça são realmente as piores coisas que se têm pra sentir!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Foi Assim.

 Ou está sendo assim?
 Não sei. Não sei nem se está ou se simplesmente nunca foi, logo não poderia estar sendo, no sentido de continuidade que estou tentando colocar.
 Enfim. Vou tentar mostrar, escrever, expressar, o que eu sei. Ou penso que sei.
 Começou há alguns anos, foi assim do nada, literalmente do nada.
 Eu nem gostava dela e ela nem gostava de mim.
 Mas como uma chuva de verão começou. E como uma chuva de verão acabou.
 Não, não foi uma separação litigiosa, foi algo natural, que vai acontecendo sem você dar a mínima importância, mas então quando vê já está feito!
 Ficarão lembranças, aliás ficaram lembranças, umas boas outras ruins é claro.
 Sentimentos? Sim, ainda os tenho em relação a ti. Mas estes já não são tão fervorosos como eram nos dias anteriores, aliás hoje com a cabeça no lugar penso que nunca foram tão fervorosos.
 Enfim, peço que me desculpe por algo. Peço que continue sentindo o mesmo carinho que eu sinto por ti.  Peço que não apague as lembranças, pois estas são a melhor parte, pois estas levarei comigo para onde eu for.
 Foi assim, e é assim que me despeço. Entenda, não estou te dando adeus, estou apenas explicando as coisas.