quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Não conte até 10...

Primeira Parte

 Ela entrou gritando e rindo. Todos passaram à olhá-la com certo medo, preocupação ou sei lá, talvez raiva. Afinal, já não aguentavam mais tantos problemas seguidos. 
 Em seu sorriso estava escrito "Olhem só como sei me divertir, vocês não imaginam o que fiz desta vez..." Mas na verdade todos imaginavam o que havia acontecido. O que teria sido dessa vez? Uma pedra na janela do vizinho? Não, isso ela já cansou de fazer. Uma criança com algumas partes do corpo esfolada? Talvez, mas nenhum pai tinha vindo reclamar ainda. Mais animais escaldados? Ou será que hoje ela atropelou uma velhinha com sua bicicleta?
 Não demorou muito e então chegaram dois garotos, não muito maior que ela, reclamando que a bola de futebol  tinha sido estourada. 
 - Bom pelo menos hoje ela não machucou ninguém. - Comentou uma das criadas com o mordomo.
 - O dia só está começando... - Respondeu.
 - Nicki Wayne peça desculpas à seus coleguinhas - Ordenou sua tia.
 Nicki ainda com um breve sorriso maquiavélico em seus lábios disse de forma dissimulada:
 - Oh, desculpem-me amiguinhos, mas não tive culpa.... - Aproximou-se bem de um deles e disse baixinho de uma forma medonha. - Mas a bola cruzou meu caminho. - Dito isso saiu correndo pelo quintal gargalhando feito louca.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ali dentro...

Ali...
Naquele canto escondido.


Ali...
No canto mais escuro.


Ali...
Esquecido por todos.


Era onde você estava...


Poderia ter continuado lá.
Deveria!
Ter continuado lá.


Mas...
Resolvestes reaparecer...
Assim...


Assim mesmo.
Do nada.
Como um susto.


E eu?
Bom eu não esperava...


Desmoronei.
Não sei se posso...
Não sei se quero...
Não sei se consigo...


Me levantar novamente...
Com você assim...


...tão perto.


Pegue a primeira à esquerda...
Siga reto e continue...
Até que o Diabo o carregue.


Suma novamente!...
...mas desta vez Para Sempre.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Behind

Como escrever tudo,
escrevendo quase tudo?


Como dizer o necessário?...
Dizendo somente o quase essencial?


Como esconder?...
Querendo escancarar?


É difícil...
Não sei fazer assim!


Definitivamente


não sou boa nisso!


Usemos palavras bonitas por favor!


Usemos boas metáforas por favor!


Sejamos perfeitos por favor!


NÃO!


O feito é meu!
É meu mundo!
O farei da forma que achar melhor!


O destruirei quando quiser!


e como quiser!


Mas é difícil...


E agora?


Eu esqueci, o que faço agora?


Volto depois?


....


Oh claro...
era isso!
Agora entendo...


Como pude vir aqui sem ela?
Aliás o que sou eu sem ela?


Você não existiria sem ela!


E aliás deve ser pela falta dela que...
bom...
Você sabe, desculpe...
mas...
Terei que dizer.


....


Olha só eu aqui...
sozinha, clamando por ti.


Que decadência.
Que patético.


O que sou eu sem você?


Venha o mais rápido possível!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Não me siga!

 Não deveria nem estar aqui, aliás, por que estou aqui? Porra não sei!
 Ah me desculpe, deve ser o nervosismo.
 Desculpe merda nenhuma.
 Não sou eu que devo me desculpar.
 Não somos nós que devemos nos desculpar!
 Devemos tomar vergonha na cara!
 Isso mesmo, nos mexer, questionar.
 Parar de obedecer ordens sem nem saber o porque.
 Satisfeita?
 Nunca estarei.
 Sistema?
 É um lixo!
 Ir contra ele?
 Seria o certo, mas ai de certa forma ir contra o sistema seria criar um sistema contra o sistema, ou seja, entraríamos novamente em um sistema!
 Já deu!
 Cansei de me preocupar em não colocar os cotovelos na mesa!
 A partir de agora colocarei até os pés!
 Satisfeita?
 Nunca estarei.
 Sistema?
 Sempre existirá um.
 E eu sempre serei contra.
 Quero ser livre!
 Pena que isso eu serei só depois de morta!
...E olhe lá...

 Não quero lhe agradar e também não quero que me agrade, peço somente que tu deixes de ser um robô controlado à todo segundo pelo sistema!
 Pense pelo menos uma vez com a sua cabeça!
 Dê defeito pelo menos uma vez na vida!