sexta-feira, 25 de maio de 2012

Que é isso?

Quando criança todos meus questionamentos eram respondidos. As descobertas eram diárias e fascinantes. Os adultos, ah, os adultos, estes sabiam de tudo, todos muito espertos, deuses espertalhões, uns sábios outros tolos (tolos em sua maioria, tive eu sorte de conviver com um sábio desde sempre.). Agora estou crescendo, bolas, eu pensei que eles sabiam de tudo, descobri que na verdade não sabem nem do refrão. E agora? Haja responsabilidade, haja tempo e dedicação.
Não há mais dedicação, responsabilidade perdeu-se o significado, futilidade é tomada como ponto principal. Isso de viver e descobrir a vida é coisa para sonhador. Que é isso, nossas crianças não têm mais tempo de serem crianças, elas precisam logo ser robotizadas, precisamos de mão de obra, mercado consumidor e o caralho a quatro. O "quando eu crescer quero ser como você" já não existe mais, agora é "quando eu crescer quero ter tudo que você tem, e mais!". Que é isso, eu clamo por sensatez, menos montes e mais diversidade.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

como deveria ser.

 Eu gostava de andar no meio da rua. Um dia me disseram que a calçada é que foi feita à pedestres, a rua pertencia aos carros.
 Eu gostava de andar pelada. Inventaram a roupa e disseram que era proibido sair pelado na rua.
 Eu gostava de caminhar na chuva. Um dia disseram que eu ficaria doente se o fizesse, e foram inventados guarda-chuvas.
 Eu gostava de ser criança. Um dia disseram que eu cresceria, tornaria-me uma adulta.
 Eu gostava de viver. E um dia disseram que a morte chega à todos.
 Agora só ando na calçada, coberta por panos, com um guarda chuva na mão; e veja que absurdo, nem mesmo posso fazer algumas graças (sou adulta, lembra? Adultos são chatos, é isso que eles fazem, chatices.) e esperando a morte.
 Mas ei, leiamos o título por favor. Pura mentira. Imagine só se eu contentaria-me sendo adulta. Jamé. Sou mesmo é uma garota na bota do pai com medo do mundo à fora. Pego resfriados à torto e à direita. É, ando com roupa, mas confesso, não gosto nem um pouco dessa ideia. Gosto mesmo é de perder o fio da meada e encontrar outras por aí e por ali. Gosto mesmo é de tardes de domingo vendo filmes alheios com meu pai. Gosto mesmo é de jogar xadrez e rir comigo mesma. Gosto mesmo é de matar saudade com o abraço que, conheço um Deus, sabe-o dar como ninguém. Sim, conheço Deus pessoalmente, na verdade sou até muito intima dele sabe? Sim, boa gente, boníssimo na verdade, dos melhores. Ih, olha só, mais um texto no qual acabo falando do meu pai. Deve ser saudade.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Propício

Ótimo dia para brigar com ela, o momento também, perfeito. Ironia claro. Amanhã é seu aniversário, e ontem, ouvi dizer, foi demitida. Ótimo dia.

Cavalo dado não se olha os dentes

O que me é dado de graça e me faz bem, aceito e aproveito de bom grado.
O que me é de graça e me desfaz, recuso sem muito alarde mas não esqueço de agradecer. Pois então não me leve às avessas, foi de graça, mas a mordida nem cócegas fazia.


sábado, 12 de maio de 2012

Incômodo, pessoal estomacal.

 No meio disso aqui pode acontecer muita coisa. O fim tornar-se um meio de... Posso estar falando da minha dor de barriga, ou da minha última decepção. Relações são sempre tão complicadas. Sabe, não moro sozinha, e hoje mais cedo ao usar o banheiro (vaso sanitário, mais precisamente), percebi que o papel higiênico havia acabado. Tantas vezes pedi à ele para não deixar sem refil.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Juro por Deus

Algo mais sufocante que o próprio sucumbir do sono, sim, sono; pois a morte eu não poderia dizer; é que eu nunca morri.
Mais humilhante que a percepção da falta de coragem. 
Quem são eles para nos dizerem o que devemos ou não falar? Ou o que devemos ou não dever?
Mundos abaixo e anos à fio, nada disso foi feito via inércia. Ei, até mesmo para não me privar de vida movimento-me, voluntária ou involuntariamente. Deixe-me, se eu quiser, em meu território, eu posso.
Não tão diretamente, mas, eu não te quero aqui. Sabe, não preciso, e não quero ajudar. Sim, não, é tudo uma questão de nomenclatura e visão, onde estamos e para onde iremos isso não mais irá importar. Cousa alguma.
Difícil me é chegar no ponto onde quero, considerando que nem mesmo sei ao certo (nem ao errado). Que importa? Vou ali comer torta, talvez ajude. Risos.
Porcaria, esse barulho me irrita. Essas pessoas também. Quando o mundo for meu mandarei matar a todos. Na verdade, no meu mundo, já estão todos mortos. Sim, e quem os matou fui eu mesma. É.
Eu gosto das coisas limpas, gosto das sujas também, e não sei quais prefiro. O que importa é que não gosto de você, nem de seus atos. Por Deus, eu agindo e falando dessa maneira já teria me capado a língua, e até mesmo deixado-me levar por uma morte silenciosa (eu juro, seria um favor ao mundo!).
E tem mais, gosto de jurar e clamar por Deus em textos, fica mais bonito. Sarcasmo, é sempre lindo. Se não por ele, por mim. Se não por mim, por ti mesmo; és uma vergonha até mesmo a ti.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

srta.Problema

Segunda Parte*
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Seu único, não único, mas a raiz de todos seus outros problemas era não ter controle sobre si própria. Realmente algo perturbador, nunca saber ao certo o que quer, o que busca e o que é realmente o melhor; isso a fazia não opinar, fazia com que deixasse a onda mais violenta e perigosa levá-la para onde for; ia de olhos fechados, coração acelerado e sorriso no rosto. E o que mais a encorajava a agir sempre da mesma maneira: Nunca fora pega.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Onde antes era demonstrado sofrimento com um sorriso faceiro às escuras; agora, existem atores, envoltos em seus próprios clichês, cheios de sorrisos escondendo rios de lágrimas, de crocodilo.

domingo, 6 de maio de 2012

Só uma nota

Detalhe. Isso é tudo. É a essência, de onde vem todo o resto, e sem o qual nada poderia provir. - Falou a garota de não mais de vinte e quatro e nem menos de vinte anos; o cabelo preso num rabo de cavalo, ou de raposa, como ela gosta de dizer. Camiseta surrada, calçando apenas uma meia furada sem o seu par; calça do pijama cujo a parte de cima sumira sem deixar rastros. Copo de chá flamejante a sua frente e dentes por escovar.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

meu, meu, só meu

Sou eu quem decido a hora de colorir o meu preto e branco. De modernizar o meu rústico. De afeminar o meu másculo. A não ser que queira viver por mim. Não, nem assim.

Passáros e Florês

Adentrando pelas beiradas encontrará coisas estranhas. Pelo centro não será diferente. Eu vi flores, disfarçadas de pássaros. Flores. Pássaros. Flores e pássaros. Pensei ter ouvido um ruído. Era o canto das flores disfarçados de odor de pássaro. Só que ao contrário. Eu estou olhando através da minha própria janela. Um vitral colorido, de formas contorcidas e gritos silenciosos; cheio de flores disfarçadas de pássaros.

eu estou dormindo

Consumiu-me enquanto eu cuidava de continuar viva; enquanto eu me ocupava com o, no momento, de menos importância. Chegou de mansinho, sussurrando coisas inteligíveis, na intenção de que eu parasse para compreender. Silêncio. No segundo seguinte, dentro do ínfimo intervalo, eu pude realmente perceber o quanto finita sou. Adentrei agora no infinito, que me arrebata como uma ventania, suave e selvagem. Eu estou voando.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sweet Home


Teria sido um lar perfeito; se não fosse pelo sangue espalhado por toda a casa. A mãe morta em cima da cama. O pai pulando a janela após ter matado a mãe por estupro. E a polícia arrombando a porta da frente.

o mundo dos relacionamentos

Preciso-me ter-te. Preciso-me completar-me. Preciso-me que me queira. Preciso-me do além.
Preciso-me entender-me. Ajude-me. Aqui no fundo há uma fissura, aberta, em chamas; grita suplicando seu nome. "Precise de mim assim como preciso de ti.". Sim, é complicado chegar perto. O abismo é fundo e está escuro. Que importa? É disso que vivemos, e disso que precisamos para não parar. Desconhecido. Eu vou surtar, e quando eu surtar, bom, poucos ficarão por perto. Não fiquem. Ou fiquem. Mas me deem espaço. Não. Voltem, já não estou mais surtada. Não importa quantas vezes aconteça, precisamos disso para viver. E quando pensar que já foi fundo demais, acredite, preciso-te no mais profundo.

relacionamentos e o mundo

O cansaço juntou-se com a desistência (e até mesmo um pouco de desistência) e tomou-a por inteiro.
Pessoas que não entendem com meias, inteiras nem inteiras e meias palavras. Tiram suas próprias conclusões de assuntos que não lhe dizem respeito. Querem tomar conta de sua vida, querem lhe possuir os saberes e feitos. Pra puta que pariu.
"Eu não sou idealista, eu não quero mudar o mundo. Sei que nem ele, nem as pessoas têm salvação (tiro por mim). Eu estou pouco me lixando para sua opinião revolucionária. Eu só quero viver a minha vida, sem que nada me chateie. Por favor, saia do meu caminho."

uma porcaria de ciclo vicioso

A única razão pela qual aceita seguir em frente é justamente por não ter encontrado nenhuma outra razão forte o suficiente para fazer uma escolha; e enquanto isso não acontece quem à direciona são seus pés, ou o torpor, tanto faz agora, e sempre.
Gostaria de entender a fraqueza, e o que é realmente ser forte. Assim talvez descobrisse em que parâmetro encontra-se. 
Tão fraca, tão cascuda, tão frágil, tão dura.
Sim, ele apareceu. Como sempre, descaradamente. Ficarão bem mais um tempo, e então uma nova briga.
Essa foi a última vez. Passa mais um tempo, e parece que tudo é rebobinado. Os dados estão viciados.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Feriado Prolongado

Um pouco de chá e um cobertor bem quentinho. Livros e séries. Muito frio. Uma tigela bem grande para fazer a mistura, e voilá.