segunda-feira, 18 de junho de 2012

oito anos atrás

 Dinheiro não me é necessário nem muito menos estimado e cobiçado. Quero mesmo é um manual; manual da vida. Acho isso de viver cousa das mais difíceis, corrijo-me, acho isso de viver a cousa mais difícil das cousas difíceis. Ninguém soube me ensinar até então, ando por ai encontrando um milhão de espelhos, nenhum perfeito, corrijo-me novamente, não procuro por perfeição, procuro por felicidade, redigindo: , ando por ai encontrando um milhão de espelhos, nenhum feliz. 
 Começou a doer, a ferida foi rasgada oito anos atrás, desde então ando pelo mundo cheia de remendos, e daquele dia em diante percebi o quão ignorante sou, o quão somos; oras, vamos lá, só me peço que me ensine a viver, não me ensine com falatórias interminavelmente tediosas, ensine-me com atos, sem saber que é meu tutor; ensine-me a voar como por instinto uma mãe ave ensina para seu filho ave. É mesmo pedir muito?
 Há tempos perdi a esperança, e agora, de ano em ano, não consigo me conter (isso está ficando pior à cada ano), aquela ferida de oito anos atrás arde, coça, sangra, jorra sangue, sangue pisado, podre e infectado; infectou-me por inteira, já não tenho mais cura; já não comemoro anos de vida, comemoro um ano a menos; e enquanto o fim não chega vou indo arrastando-me à linha de chegada com meu sangue marcando meu infeliz caminho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

E por que não se expressar?