quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ela

De olhos fechados eu fiquei a tentar afugentar todas aquelas memórias que teimavam em surgir da surdina para o aterrorizante grito do que tentamos, sem sucesso, repreender. Ah não, isso precisa parar! Ainda de olhos fechados imaginei seu corpo aproximar-se do meu e seus lábios colarem no meu, rapidamente tateei pela cama e peguei a primeira coisa que senti à mão levando diretamente à boca; mastiguei como que fosse  sua língua. Ai!, sussurrei. Sua língua, no sentido literal ou conotativo tornou-se um alfinete e logo eu senti a minha fisgar, num estalar rápido e repentino de dor; sentindo por fim o gosto férrico do pouco de sangue derramado.

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