segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Alheio Part.1

- Não estou interessado, obrigado. - E assim ele seguia adiante. Nada, nada mesmo lhe interessava. E é até mesmo por isso que tudo, talvez, lhe interessasse. Lhe sobravam tanto quando lhe faltavam opções. - Sem problemas. - Sorria. Não havia mesmo problemas pra ele. Ele não sentia a necessidade de felicidade como um senso comum. Aliás, ele nunca sentiu. Nunca entendeu certos modos de ser feliz, nunca se sentiu feliz com o que "deveria sentir". 
 Como é estar na sua cabeça? Eu não sei. Eu sou ele, e posso ser qualquer um. Mas nunca poderei estar na sua cabeça. Ei, ele prefere as indiretas mais diretas. Sim, eu gosto disso. Gosto do modo como sou tão transparente quanto falso. Tão surpreendente quanto verdadeiro. Entenda como quiser. Nem mesmo ele entendia. É, e eu não me importo. Me importo justamente por não me importar. Afinal, temos que nos importar. Para sermos livres é preciso nos prender em nossas escolhas. E assim a busca continua...
...Incessantemente.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

não precisamos disso

 Não precisamos dessas mascaras, muito menos de tanta formalidade. Tudo bem, me desculpe - isso lhe fará melhor? -, não falo mais, não mesmo. É só que de onde vim amigos não mentem entre si nem mesmo omitem. Eu só achei que você deveria ouvir. Não falei por mágoa. Me poupe, já passei desse estágio. Quando eu quero atingir alguém eu uso de outros artifícios, não vou lá e lhe digo a verdade com a intensão de abrir-lhe os olhos. Enfim, quando me dizem o que eu não quero ouvir mas sei que é verdade eu me calo, me calo mas entendo. Eu pensei que você iria entender, pensei que já estivéssemos em um estágio mais avançado. Me enganei, peço mais uma vez desculpas. 
 Não lembro bem onde li, nem onde ouvi, acho que foi mais uma vez meu pai com seus sábios ensinamentos - Quando sabemos demais o melhor é ficarmos calados. -. Calarei-me. Definitivamente, assim como todo o restante. Mais algo definitivo entre nós.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

diferente

Talvez um dia eu não lembre o real significado destas palavras. Mas não importa. Agora eu lembro, e o que importa é o agora. O próximo está tão próximo de ser longe, não me importo. Na verdade prefiro assim. Dá próxima vez que ler encontrarei um novo significado, um que abranja minhas necessidades do momento. Nem melhor, nem pior, diferente.

Um pouco de chá, por favor.

 Imprevisivelmente tornei-me previsível. Rapidamente tornei-me lenta. Um dois, não deu tempo do três. Tive que lembrar-me de sorrir. Tive que podar-me de dizer. Sim, de dizer. Eu não preciso dizer, mas eu quero tanto dizer. Nós não precisamos disso. O tempo nos dirá tudo. Sim, eu sei. Mas eu quero, quero dizer. Quero dizer - Olá, lembra-se de mim? Sou aquela garotinha que pensava ser adulta. Aquela garotinha que ofendia-se quando lhe diziam a verdade, (você é uma criança). Quem sou eu agora? Eu sou a mesma criança, a única diferença é que não me ofendo mais quando dizem-me a verdade; eu sorrio e agradeço. - mas não é preciso, nós um dia perceberemos que agora meu tamanho é maior que meu ego. Um dia perceberemos que sou sim uma criança, uma linda criança que ama sujar-se com lama, e que acima de tudo, ama ser feliz. Obrigada.