domingo, 22 de julho de 2012

A verdadeira ilusão. A ilusão da verdade. I

  - A noite já caiu, os galhos estão uivando e os lobos já se esconderam, à essa hora eles já não são o mal dessa floresta. - Disse enquanto acendia outro candelabro com três velas e seguia em direção ao extenso corredor que seguia da dispensa à cozinha e então à sala. 
 - Mas eu tenho que ir. Você sabe, os sonhos, aconteceu de novo. Dessa vez ele virá vestido de preto. Um corvo senhor, um corvo. - Disse enquanto seguia com seu lampião com passos largos para que pudesse acompanhá-lo. 
 - Quando foi que eu disse para que não fosse? Alertei-a apenas de que as noites estão cada vez mais escuras, e os lobos cada dia mais parecem princesas pomposas em seus vestidos rosas. - Disse calmamente enquanto selecionava um livro na estante no canto extremo da sala. Ordenou à criada mais próxima que pusesse mais lenha na lareira. - Não é do frio que devemos correr, mas do que vem com ele. - Disse como que pensando alto. Deixou o candelabro na mesa próxima à sua poltrona, que por sua vez ficava bem à frente da lareira e então sentou-se com o livro à sua frente. Antes de abri-lo, cruzou as pernas, abaixou o óculos e olhou à fundos olhos enquanto disse cautelosamente. - Você é apenas uma garota, uma garota com deveres de mulher, mulher adulta, mulher vivida, mulher de bons amigos. Está no caminho certo, é claro, estou do seu lado, ao menos um amigo já tens. Acontece que o que está por vir é muito pior do que pode imaginar, se quiser mesmo se despedir terá que aprender que amor em sua vida será luxo, conforto delírio e felicidade ilusão. Sua felicidade, seu amor, seu conforto e seu maior sonho terão de ser somente sua missão cumprida, esta por sua vez não será cumprida em um ou dois anos, nem em uma década, é o legado de uma vida, e talvez até mesmo gerações, como aconteceu com seu pai que lhe deixou além do castelo e eu mais essa herança. Vá para cama, corvos são espertos, e pela intensidade desse sonho este não é dos novos. Pense melhor se quer mesmo desistir de seus vestidos, danças e penteados.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Será que você ainda passa por aqui?

Estou ouvindo aquela música agorinha, me faz entrar no clima, tentarei agora questionar-lhe um pouco, preciso chegar ao menos perto do chão que pisa para que fique compreensível, por isso a música; lembra qual é? Eu não vou falar, qualquer coisa me pergunte diretamente. Quão explícita estou sendo? Quem liga? Eu não ligo, isso que me importa. Sabe, eu poderia tentar fazer algo mais organizado, menos confuso. Balela. Claro que não poderia deixar menos confuso, qualquer coisa menos alguma coisa que se relacione ao caos não chega nem perto do que você é, e do que você é para mim.
Um bom amigo. Um ótimo amigo. Um amigo do caralho. Porra, você é foda. Me fala, como consegue? Eu simplesmente não consigo compreender. E bom, à você lhe dou todos as ofensas possíveis que na verdade são incríveis e incompreensíveis elogios. Sim, tudo que lhe digo é elogio, eis uma verdade - Eu tenho inveja de você -, queria ser assim, quase exatamente como você (mas sem as bolas, risos), esse seu jeito.... Ah, que jeito? Louco? Não, muito mais que isso. Chato? Claro, você é insuportável. Amável? Além dos limites (além do que pode ser considerado apenas além dos limites). Chega, falei falei e não disse nada, estou me sentindo como aqueles brinquedos que têm um cavalo amarrado a um cabresto e ele fica andando em círculos. Isso, acho que descobri, o seu segredo é sua intensidade, continue, eu vou observando e quem sabe um dia eu não aprenda? Risos, eu te amo cara, mas sabe, é um amor puro, eu não sei explicar, te quero na minha vida, quero sempre poder ler nossas conversas extensas e deliciosas, quero sempre te odiar, quero sempre te aturar, ok? Ok.