quarta-feira, 13 de novembro de 2013

[..]porque não se há certezas.

 Aqueles olhos magnéticos, forçaram-me à olhá-los com intensidade, olhá-los e contemplá-los sem preguiça, sem vontade, absurdamente só e tão completo. Fizeram de mim carcaça, pobre, inútil - útil somente em contemplá-los - e mera, mera pessoa observadora. Eu te amo, pensei. Não posso nunca, pensei. Não quero nunca mais ir embora, mas não quero também vê-lo nunca mais. Nem em vida nem em morte, nunca. Nunca mais. Mas o quero para sempre, tão sempre, tão forte. Tão angustiante. Corra. Corri. Devia voltar, sabe, à vida que espera para ser vivida. Voltei. Quero ir embora, aqui é que moram os perigos, numa dessas pode passar uma moto e dar-me carona; eu posso - e sei que vou - gostar de toda aquela sensação de liberdade, até que morro sem perceber, num acidente brutal. Morri, ótimo, agora não tenho mais porque, nem do que fugir. Mas viver, ah, era tão bom; mesmo que à deriva, viver existindo, como mera observadora de olhos engolidores, era por si só muito bom - puxo um gancho para os Amores que mesmo ora físicos continuam à ser platônicos por si só, digo, intensidade. -. No fim era bom poder ir e poder voltar, e na verdade era só isso que eu queria, um eterno nascer e morrer; de amores, de alma, de saudades, de desejos, de felicidades, de olhares, de vidas e mortes, mas conscientemente; se mas[...]

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E por que não se expressar?