sexta-feira, 13 de abril de 2012

emaranhado de confusões

 Hoje escreverei em terceira pessoa. Pensou ela. Hoje, em vez de traço, usarei pontos. E em vez de eu, falarei e ela, ou ele. Acho melhor ela.
 Havia sido um dia diferente. Uma semana diferente. Não, o sol continuava à rachar-lhes a cabeça, e as aulas continuavam a arrastarem-se no tempo. Tinha porém, alguns poréns. Ela conheceu uma minhoca. Foi visitá-la em sua sala, quando acordada, nos seus sonhos mais profundos. - Isso é uma minhoca? - Não. Era uma taturana. - Minhoqueima. Prazer em conhecê-la senhora. À que devo a honra? - A taturana permaneceu calada. Em alguns segundos estavam todos rodeando-a para tirar fotos e conhecê-la melhor. - Ah, acabo de me lembrar. Você é aquela minhoca famosa. A viajante do tempo, da calçada da fama, dos sonhos e pesadelos das crianças. Ei, ela não sobreviverá lá fora. - Nunca mais. O sorriso dela havia ficado mais bobo, mais leve, mais faceiro. Ela não queria avançar, da mesma forma que queria muito descobrir qual seria o fim. 
 - Eu preciso de sua ajuda.  - Pediu à Joaquina.
 - Diga, verei o que posso fazer. - Respondeu.
 - Preciso que me ajude a entender-me. Sabe, eu li um cara que dizia que escrevemos sobre o que entendemos. Tenho eu algum problema? Se procurar em meus textos escritos e subscritos encontrará um emaranhado de confusões dúvidas ódios e amores. Tudo num só, tudo num momento, tudo separado, todo explicitamente implícito.
 - Olha, eu sou você, a única coisa que posso fazer, no momento, é rir. Já que você está feliz, e com vontade de rir.
 - O peixe da sabedoria matou-se. Ainda bem que ainda lhe tenho Joaquina. - Riram as duas.

3 comentários:

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  2. Essa Marcia foi aluna do sábio e onisciente peixe da sabedoria! Só pode... hahahahaha <33

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  3. AOSIDOASID Reparou que nossas brisas estão em vários textos meus né. haha. Meus peixes da sabedoria são vocês!

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E por que não se expressar?